18 outubro 2012

Eu+Facul+Trampo = NERD O.o


Ultimamente, mesmo com a correria da Facul, do novo trampo e das coisinhas pessoais que tenho programado, ando um tanto Nerd, então para eu não ser sozinha, resolvi compartilhar um pouco dessa "nerdice" com vocês XD...
Foi pedido na Facul, que nós lêssemos o livro Memórias de um sargento de Milícias... vou anexar abaixo minhas Conclusões.
Ah! o objetivo principal do trabalho era expor a opinião após a leitura do livro, referente á frase do Maiacovski que diz: "A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo".

Espero que gostem! ;)



DETALHES IMPORTANTES DO AUTOR - BIOGRAFIA

Manuel Antônio de Almeida – Foi um escritor Fluminense (jornalista, cronista, romancista, crítico literário), que nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1830 e morreu num naufrágio na cidade de Macaé (Litoral Fluminense) em 1861.
Era filho dos portugueses: Tenente Antônio de Almeida e de Josefina de Almeida. Órfão de pai aos 11 anos, consequentemente, teve uma infância carente, contrária a de muitos escritores de seu tempo, o que o inspirou, na juventude, a escrever sobre a vida e os costumes da classe média baixa, pouco se sabe dos seus estudos elementares e preparatórios desta época. Enquanto fazia Faculdade de Medicina, as dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e á letras. Formou-se em Medicina em 1855, mas nunca exerceu sua profissão. De junho de 1852 a julho de 1853 publicou, anonimamente e aos poucos, os folhetins que compõem as Memórias de um sargento de milícias, reunidas em livro em 1854 (1o volume) e 1855 (2o volume) com o pseudônimo de "Um Brasileiro". O seu nome verdadeiro apareceu apenas na 3a edição, já póstuma, em 1863. Da mesma época data ainda a peça Dois amores e a composição de versos esparsos.

Na mesma época, ele ainda escreveu a peça "Dois Amores" e a compôs versos esparsos. Além do romance, publicou a tese de doutoramento em Medicina e um libreto de ópera.

Em 1858 foi nomeado Administrador da Tipografia Nacional, onde conheceu Machado de Assis, que trabalhava como aprendiz de tipógrafo. No ano seguinte, foi nomeado 2º Oficial da Secretaria da Fazenda. Em 1861, quando se preparava para entrar em campanha como candidato à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro, faleceu no naufrágio do navio Hermes, próximo a Macaé (RJ).

Não estava interessado em sucesso nem na moda literária, por isso escreveu sem compromissos e apresentou, em tom direto, bem humorado e com tendências realistas, a sociedade de então, principalmente a gente simples que povoava o Rio de Janeiro. Seu romance fez sucesso pelo humor imparcial e amoral, o estilo coloquial e, principalmente, por seu grande talento como narrador.
Em 1859, foi 2º oficial da Secretaria dos Negócios da Fazenda. Em 1861, ao viajar para Campos, no vapor Humes, desgraçadamente morreu, com mais trinta companheiros de viagem, no naufrágio do pequeno vapor, na altura da Ilha Santana, a duas milhas do litoral. 



RESUMO E BREVE ANÁLISE DA OBRA

A história se passa no começo do século XIX, ocasião em que a família real portuguesa se refugiou para o Brasil, em meados de 1808 e 1821. Por isso, a narrativa considerada por alguns como romance, por sua vez, ao invés de começar como a maioria – “Era uma vez...”, começa com “Era o tempo do Rei”, indicando ao leitor o tempo histórico que o Brasil estava passando. Pode-se dividir o Brasil desta época em dois pólos extremamente rígidos: escravo e senhor dos escravos. No meio, os homens livres sem poder econômico e político representavam um grupo restrito, mas, certamente, de alguma importância em termos sociais. Sua ação era definida fundamentalmente a partir da necessidade de sobreviver através de expediente raramente ligado a uma atividade econômica específica. Caracterizam-se antes por exercerem ocupações ocasionais, pequenos serviços e alguns cargos burocráticos subalternos: vendeiro, barbeiro, parteira, miliciano, sacristão...
Ao contrário de outras obras românticas, o autor mostra uma visão bem próxima à realidade. Os problemas sociais, as atitudes dos personagens e uma visão menos idealizada da realidade caracterizam a obra como precursora no Realismo. Personagens como Major Vidigal, por exemplo, realmente existiram. A obra, porém, é um romance urbano, que desenvolveu temas ligados à vida social. A história, porém, apresenta os exageros sentimentais comuns à maioria das obras românticas.
Fazendo o uso da ironia, o autor deixa perceber que sua intenção era divertir o leitor com os problemas sociais de sua época. O livro abandona a linguagem metafórica e a mulher e o amor não é idealizado, como em outras obras pertencentes ao Romantismo.
Contribuiu muito para o desenvolvimento de sua obra, a sua experiência de ter tido uma infância pobre. Com um estilo jornalístico, a narrativa: Memórias de um sargento de Milícias incorpora a linguagem das ruas, e das vidas de classe média e baixa, fugindo assim dos padrões românticos da época cujos quais eram aristocráticos. Se há traços românticos em sua obra, eles estão no tom irônico e satírico que assume o narrador.
 A narrativa retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do ‘malandro’.
Bom, a narrativa resume-se na história de um garoto, “filho de uma pisadela e de um beliscão”, o pequeno Leonardo é um pequeno “endiabrado”, traquina, sempre disponível e preparado para fazer uma travessura e vingar-se de quem não o suportava, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. Não poucas: abandonado pelos pais (sua mãe fugiu para Portugal), mas encontra no padrinho seu protetor. Esse é o dono de uma barbearia e tem guardada boa soma em dinheiro. As aventuras e desventuras de Leonardo, que o autor faz desfilar diante dos leitores com dinamismo, conduzem o personagem principal a apuros dos quais ele sempre salva, graças a seus protetores. Leonardo é um personagem fixo que não tem as características básicas não mudam, é um personagem interessante por passar de um menino traquina para Sargento de Milícias, posto de grande responsabilidade, o que caracteriza Leonardo como, indiscutivelmente, a figura central do enredo (como já foi mencionado) apesar de durante os capítulos ser ofuscado pelas ações de outros personagens, vale lembrar que embora se torne sargento de milícias ele não muda seu jeitinho travesso de viver...


RESPOSTA Á QUESTÃO PROPOSTA

...”Espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo...”
 Vladimir Maiakovski


A arte assim como a literatura não é simplesmente um espelho, mas também martelo!

Ela serve ao mesmo tempo como reflexo de uma determinada sociedade, mas também como mecanismos (elementos atuante) de transformação da sociedade.
A história “Memórias de um Sargento de Milícias”, é sim um espelho do que se passava com a sociedade e das mudanças que estavam ocorrendo ou por ocorrer na época. E logicamente continua servindo como martelo até hoje, por que o martelo tem por sua vez a função de forjar e somente conseguimos mudar/forjar algo, se notarmos o que tem de errado na situação. Querendo ou não, hoje o que vivemos, é “fruto” e/ou consequência do que aconteceu no passado, temos acesso ás ocorrências prósperas e ás más sucedidas deste passado, apenas através da arte, seguindo ainda a mesma linhagem, para melhor explicar o que quero dizer, não tem ditado popular ou frase melhor do que: “vamos aprender com o erro dos outros!”, se vimos que determinada situação no passado não foi bem sucedida, e que muitas das vezes sofrem – se consequências até os dias atuais, pra que repetir? E é aí que se encaixa perfeitamente a função do martelo - forjar!
Após a leitura da frase em questão, observamos algo interessante, será que a arte consegue ao mesmo tempo ser espelho e martelo? Claro, podemos ver o “espelho” através de contos, pinturas, histórias literárias (como por exemplo, a analisada no contexto deste trabalho), fábulas, entre outras coisas, porque tendo contato com todos estes itens citados é que nós temos acesso ao “princípio”, ou seja, temos acesso e conhecimento de tudo àquilo que nossos antepassados viveram.
A narrativa retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX e podemos facilmente notar que se desenvolve pela primeira vez na literatura nacional, a figura do ‘malandro’. Manoel Antônio, a meu ver, tem uma ação que pode ser definida fundamentalmente a partir da necessidade de sobreviver através de expediente raramente ligado a uma atividade econômica específica. Caracterizam-se antes por exercerem ocupações ocasionais, pequenos serviços e cargos um tanto burocráticos, como: barbeiro, parteira, sacristão, vendeiro, miliciano...
É interessante até a maneira que ele descreve o comportamento dos “vizinhos fofoqueiros”, que também temos exemplo em nossos bairros ou condomínios infelizmente até hoje. Ele nos descreve cenas, e acontecimentos de tal forma que consegue nos dar uma visão bem próxima da realidade. Os problemas sociais, as atitudes dos personagens e uma visão menos idealizada da realidade caracterizam a obra como precursora no Realismo. Personagens como Major Vidigal, por exemplo, realmente existiram. A obra em seu conteúdo desenvolveu temas ligados á vida social.
Fazendo o uso da ironia, o autor deixa perceber que sua intenção era divertir e descontrair o leitor com os problemas sociais de sua época.
Depois de concluída a leitura, não é preciso muito esforço para compreender o que Manoel tentou deixar. Por isso, mais uma vez e afirmo que, a literatura (obra em foco), pode sim ser considerada um martelo e um espelho.

WEBGRAFIA

Pesquisas
virtualbooks.terra.com.br

Imagens
fotosearch.com 


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16 setembro 2012

Curiosidades da Música [ou não]



Bom, hoje estou um pouco musical, e aproveitando o “gancho” do meu trabalho de Realidades Socioeconômicas e Políticas Brasileiras (facul), quero falar para vocês um pouquinho de um estilo, que é muito diversificado e infelizmente, não é um tipo de música que as pessoas abrem o porta-malas do carro e deixam tocando no volume máximo aos finais de semana, um estilo que tem de tudo um pouco, um estilo envolvente e louvável que além de ter grande relevância como manifestação estética, tradutora da identidade cultural, apresenta-se como uma forma de preservação da memória coletiva e como um espaço social privilegiado para as leituras e interpretações do Brasil.

Bom, chega de “suspenses”, vou falar sobre MPB. O que é a MPB para você? Um simples estilo musical brasileiro? Será que é isso ou apenas isso? Bora saber mais afundo... XD
                      

A MPB tá aí com a gente desde 1966 e tem como instrumentos típicos: violão, atabaque, pandeiro e guitarra [isso não é uma regra]. ;D Surgiu com a segunda geração da Bossa Nova (gênero renovador na música brasileira surgido na segunda metade da década de 1950), e em uma das pesquisas feitas, li que a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais: a Bossa Nova (defendendo a sofisticação musical), e o engajamento folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes (defendendo a fidelidade á música de raiz brasileira). Houve aí uma mistura entre os dois grupos, e com o golpe de 1964, juntos tornaram-se uma frente cultural muito grande contra o regime militar, obtendo a sigla MPB em suas bandeiras de luta.

Não podemos confundir MPB com Música do Brasil (baião, frevo, forró...). Você vai entender no decorrer do post... XD

 A MPB começou com um perfil marcadamente nacionalista, mas foi mudando e incorporando elementos de procedências variadas, até pela pouca resistência, por parte dos músicos, em misturar gêneros musicais. Esta diversidade é até saudada e exaltada como uma das marcas deste gênero musical. Pela própria hibridez é difícil defini-la. :s

O que ainda posso dizer para vocês, é que a MPB começou a ter novas influencias, ou seja, começou a receber e misturar-se com outros ritmos (rock, soul e samba), hoje sendo mais conhecidos como samba-rock, tendo aí um de seus ícones Gilberto Gil. No final da década de 1990, a MPB misturou-se também com o reggae e o samba (música latina), dando assim origem ao que podemos chamar de Samba Reggae.

Voltando a origem da MPB, como já disse, ela “nasceu” a partir de um declínio da Bossa Nova, e uma canção que marca o fim da bossa nova e o início do que seria futuramente reconhecido como MPB é “Arrastão” de Vinicius de Moraes e Edu Lobo, a música foi defendida na época (1965) por ícones como Elis Regina no I Festival de Música Popular Brasileira (TV Excelsior, Guarujá-SP). E a partir daí começaram a surgir artistas novatos como Taiguara e Chico Buarque de Hollanda.

Outra informação importante é que a MPB “surgiu” na época da ditadura militar, consequentemente, de 1964 a 1968, o meio musical foi vigiado, porém, pouco admoestado pela ditadura. Os olhares estavam voltados a políticos e órgãos de imprensa. Os festivais de música nos anos 1960 trouxeram essa característica: juntar jovens compositores e cantores que tinham na música uma tomada de posição política. Na plateia, outros jovens, universitários e de classe média se posicionavam criticamente diante do júri, que fazia a classificação dos finalistas. É nesse sentido que em 1967, por exemplo, Roberto Carlos participa do III Festival da Record e não canta música da Jovem Guarda, mas de MPB. A música Maria, Carnaval e Cinzas, de Luiz Carlos Paraná, fala da mortalidade infantil e a desigualdade social.

Artistas como Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Chico César, Dorival Caymmi, Elba Ramalho, João Bosco, Lenine, Maria Rita, Milton Nascimento, Nando Reis, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Tim Maia, Vanessa da Matta, Wilson Simonal e Zeca Baleiro representam esse gênero musical.

Na década de 70, Chico Buarque passou a ser considerado inimigo número 1 do regime, seguido por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton, Gonzaguinha e Ivan Lins. Elis Regina passou a fazer parte da lista ao gravar o hino da anistia, a música “O bêbado e a equilibrista”.


Referências – Olhe esses sites se você quizer saber mais ;)


·         Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




·         BARRADAS, F.C. Música Popular Brasileira e a Repressão no Período Militar. Acrópoles, Cidade, 2004, 21-23.